Desde miúda que tenho um problema com agulhas, sim agulhas! Aquelas cenas que nos ajudam a ficar saudáveis e que só de pensar que vou ver uma entro em pânico, de tal maneira que em miúda eram precisos vários enfermeiros e os meus pais a segurarem-me para me tirar sangue!
Claro que agora não preciso de toda uma multidão para fazer análises, mas o medo continua lá, aliás qualquer animal de estimação meu sempre que foi vacinado foi longe da minha presença, porque o único que teve esse privilégio viu a dona desmaiada no chão!
Após este e outros desmaios dei-me por vencida, ou tirava sangue e via a agulha seguida de chão, ou para além de obrigar os senhores a usarem a agulha mais fina do laboratório passava todo o momento a dizer ‘não posso ver a agulha’.
Danada com o Mundo e sensibilizada pela falta de dadores de sangue, decidi que estava na hora de ultrapassar o meu medo, e ir dar sangue… Como? Pois bem no meu dia de aniversário pedi à amiga que é dadora e que mais força tinha para me dar um estalo em caso de histeria e fui! Correu tudo às mil maravilhas, senhores simpáticos, não vi a agulha, nem o estalo, nem o chão! E acima de tudo, contornei o meu medo para ajudar os outros, e tenho vindo a contornar desde então!
O pânico das agulhas continua cá, mas em vez de berrar e fazer um escândalo engulo tudo quando penso nas vidas que este gesto pode salvar!