Sento-me, finalmente, num momento de paz… Ao longe ouço uma explicação de matemática, fecho os olhos e tento esquecer as dores nas costas… O gato já me veio puxar a mão direita, na esperança de uma festa, seguida de muito mimo.
Confesso. não me apetece enchê-lo de festas, não agora, não neste momento.
Quero apenas perder-me nas letras, deixar os meus dedos deslizar pelas teclas do computador, como se de um piano se tratasse e a melodia fossem apenas as palavras que tenho por dizer.
O gato não desiste e num miar de estou aqui, salta-me para o colo e observa cada movimento meu, como se juntos estivéssemos só os dois a ouvir uma suave melodia de prosa.
A escrita chama por mim, os livros chamam por mim, mas o ronronar do pretinho acalma a minha alma e a minha ânsia de fazer mais e mais… E por isso deixamo-nos ficar simplesmente a “ouvir” as letras que vão ficando por dizer.