A mão que mata é o primeiro livro de Lourenço Seruya, aviso já que é um daqueles clássicos policiais que nos apaixona. O assassinato tem Sintra como palco principal, deixando logo o mistério no ar desde a primeira página.
Como fã número um de policiais e thrillers assim que soube que havia um novo livro deste género escrito por um autor português, corri para o site da Bertrand e encomendei-o. A premissa era bem apelativa, 10 pessoas, uma mansão em Sintra e uma aparece morta.
Para mim, foi como iniciar um jogo de Cluedo. A partir do momento em que começamos a acompanhar o desenrolar da narrativa já não conseguimos parar de ler. O inspetor Bruno cria facilmente empatia com o leitor, já o Rodrigues nem por isso. Claro que nada é por acaso, por isso nota-se que o personagem do Bruno foi pensado para gerar simpatia, sobretudo pelo publico feminino. Quem não gosta de um ‘bruta montes’ que é o menino dos avós?
Já na mansão da família Ávila são poucos os membros que geram simpatia. Os irmãos claramente estão ali pelo dinheiro, os cunhados e cunhadas dividem opiniões, só a pequena Leonor encanta corações. Uma daquelas doces meninas que cativam pela inteligência e inocência.
O crime acontece quando todos os herdeiros retomam à casa que foi dos pais para fazerem partilhas. O engenheiro faleceu há pouco tempo sem deixar testamento, por isso todos herdam, o que lhes retira um possível motivo para cometer o crime. Contra factos não há argumentos, sem motivos, terá sido esta morte uma tentativa de assalto falhada? Pelo menos é assim que todos pensam, até que, inesperadamente, há outra morte.
Lourenço Seruya cativa-nos pelos cenários e prende-nos pela fluidez da narrativa. Aqui não há momentos mortos e as pistas são escondidas com subtileza. Todas as teorias são possíveis, mas aparências iludem. Um enredo denso, que nos vai levar à descoberta do terrível segredo que esconde o assassino.
Sinceramente apaixonei-me de tal forma pelo livro que o li em poucos dias e quero muito que tenha um segundo livro. Quero mesmo saber a história de fio a pavio do Inspetor Bruno Saraiva.
Posso já adiantar que esta será uma das perguntas que já tenho preparada para o autor que vai estar comigo no Diário dos Autores de dia 29 de junho. Já sabem temos encontro marcado às 21h30 na página do Instagram do ODiáriodeumaDespenteada.