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A Profeta, Maria Francisca Gama

A Profeta foi o segundo livro que li de autor português em 2023. Isto porque como o livro do João Tordo começou a ser lido em 2022 não conta.

A Profeta foi uma daquelas leituras que me prendeu do princípio ao fim.
A complexidade da Mariana e a nudez das histórias foi o que mais me seduziu.
A personagem principal tem um complexo de Deus enorme e por isso apela à justiça com as próprias mãos. Ela acredita que só assim se podem libertar as pessoas dos seus fantasmas. Acredita que está a cima da fé na religião e não consegue perceber como as pessoas têm essa crença. Ela acredita nela e ponto.
Ao longo do livro somos confrontados com histórias de pessoas que carregam consigo uma carga incrível, desde o peso do cuidador que vê o seu familiar perder qualidades de dia para dia, à pessoa em situação de sem abrigo que vê a rua como penitência para os erros do passado.
Confesso que houve partes que mexeram comigo, o capítulo da Luísa por exemplo. É fortíssimo, um murro no estômago, deixo o trigger alert para os mais sensíveis, pois tem cenas de violência sexual descritas de uma forma direta e sem rodeios.
A Maria Francisca escreve sem rodeios, e a criação desta personagem que nada tem a ver consigo só prova que é preciso sair da nossa zona de conforto para criar.
Conheci a autora pelo livro de contos da Penguin, na altura a Mariana intrigou-me. A Mariana e a dureza com que a Maria escreveu aquele conto, depois d’A Profeta tudo encaixou.
Confesso que comprei o e-book, mas gostei tanto do livro que não sei se não vou comprar mesmo o livro.

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