“Eu só queria ser livre” – disse em tom de desabafo, disse porque não tinha mais para onde ir… Do fundo do ser da menina perfeita que baixa a cabeça e não tem coração para gritar por si, quis gritar, berrar deitar cá para fora todos os seus pesadelos, mandar ir embora o que não merecia e ser só ela….
“Deixem-me dançar na chuva, deixem-me berrar, deixem-me libertar o que deixei de dizer porque não podia… Deixem-me ser eu! Estou cansada de ser outra pessoa”… Eram as frases que rodavam em torno de si…
Porque no meio de quem se sentia perder a voz ela sentia que perdia para algo, que perdia para si, que se descuidava e não conseguia compor a sua luta, sem lágrimas, sem gritos sem som, sem nada… Apenas queria por um instante ser ouvida, ser valorizada e ser vista como verdadeiramente era!
Porque ela era apenas ela, cheia de força, de luz, com um amor para dar e receber sem outro igual, porque ela era o fruto de uma noite de chuva e um dia de sol, porque ela era feita com quantas notas uma melodia tem e por isso merecia a delicadeza de uma nota de violino, de uma brisa de mar, de um arrepio apaixonado… Porque ela, era apenas ela, sem truques, sem segundas intenções, sem uma agenda… apenas ela…