Do HBO para a Netflix chegou-me uma mini série bem interessante, Hollywood. Para quem ainda não espreitou estreou há uma semana e eu terminei-a hoje.
Hollywood fala-nos da época dourada no cinema no pós guerra. Uma altura em que as pessoas se amontoavam à entrada dos estúdios só para ganharem um trabalho enquanto figurantes. Esta mini serie aborda sem tabus o lado menos glamoroso da produção de cinema, incluindo todo o preconceito da época (a homosexualidade, racismo e machismo).
Apesar de ser um retrato de uma época, os criadores misturaram alguns factos reais com a ficção. Das personagens principais da série apenas duas existiram na realidade: o actor Rock Hudson e o agente Harry Willson (interpretado pelo eterno Sheldon na Teoria de Big Bang). Ainda assim eles fogem das biografias originais, Harry Willson era viciado em drogas e álcool e acabou por falecer num asilo para os nomes importantes da indústria do entretenimento.
A narrativa acontece nos estúdios Ace Pictures, obviamente inspirada na Paramount Pictures. Além do portão de entrada dos estúdios ser uma rélica do da Paramount, alguns filmes apresentados como produções da Ace Pictures são da Paramount: o Código de Honra (1948) e a A Valsa do Imperador (1948). No entanto, a história da primeira mulher a assumir a chefia de um grande estúdio, é pura ficção, este feito só aconteceu três décadas após esta ficção.
Eu sei que tenho um fraquinho por séries baseadas em factos reais, com retratos de pessoas reais e apesar desta misturar os dois mundos, é uma série que aconselho. Ajuda-nos a perceber melhor este mundo, mesmo após toda a revelação do movimento Me Too há muito que ainda não sabemos sobre os (promíscuos) bastidores de Hollywood.