Hoje estou de volta ao escritório e como tal a minha veia de publicitária está mais saliente. Não que não tenha trabalhado em vários projetos quando estive em casa, mas no local é sempre mais ‘romântico’.
Por isso vou recuar no tempo e partilhar convosco algumas curiosidades sobre a publicidade e alguns anúncios bem antigos.
Para falar sobre os primórdios da publicidade vou recuar no tempo, até ao ano de 384 a.c. . Vou começar por vos apresentar (o já muito conhecido) Aristóteles e falar sobre retórica! (Se algum dos meus colegas de CC da UBI estiver por aí, acredito que já esteja a mudar de site. Já agora aproveito para deixar um beijinho para a professora Anabela Gradim que nunca esqueci esta lição).
Começo por desmistificar um pouco sobre o que é a retórica.
❝A retórica é a arte do conVENCER O OUTRO, da eloquência e do bom uso da palavra. É A Parte fundamental de qualquer texto. ESTA consiste EM PERSUADIR O interlocutor a fazer algo que VOCÊ gostaria que eSTE fizesse.❞
A retórica de Aristóteles é dividida em três pilares: ethos, logos e pathos. Curiosamente continuam a ser utilizados até aos dias de hoje.
Ethos

A palavra ética vem daqui. Ethos é a percepção que o público tem de uma determinada entidade tanto ao nível moral como de competências.
A marca quando comunica deve transmitir confiança, eficácia e, a cima de tudo, credibilidade. Esta parte moral leva algum tempo a ser construída, porque é aqui que reside a confiança dos consumidores. No entanto pode ser destruída em menos de nada.
Nesta imagem a própria marca faz referência aos anos em que está ao lado do consumidor.
Logos

Já se faz adivinhar que a palavra logos deu origem à lógica. O logos num anúncio é o ‘espírito da razão’. Para Aristóteles um discurso não será bom, se não puder provar logicamente o que está a dizer. Por isso um anúncio nunca deve prometer coisas que não pode cumprir.
Tem que haver uma mensagem clara, precisa que não deixe dúvidas em quem a está a receber. Ao partilhar factos a mensagem é enriquecida.
Este anúncio apela duas vezes à lógica: no apelo à prevenção e na poupança.
Pathos
A nossa empatia. A empatia é a capacidade de gerar emoções no público. Temos anúncios que fazem isso espetacularmente bem, como por exemplo o anúncio da Vodafone no Natal há uns anos.
Este anúncio estabelece uma ligação emocional com o telespectador. Posso afirmar que, atualmente, dos três este é o mais utilizado, há uma crescente tentativa por parte das marcas na criação de ligações emocionais com os seguidores.
Porque a persuasão faz-se através do discurso emotivo. Por isso as instituições de solidariedade social recorrem tanto a ele.
E como não quero que terminem este anúncio de lágrimas nos olhos, deixo os melhores anúncios da Porche, machistas que doem… Mas temos que ter em conta a época em que estávamos.


