Nunca um livro me fez explodir o cérebro desta forma, foi genial. Tão genial que a Mãe nem o deixou regressar a Lisboa, foi com ela para terras transmontanas.
Depois de ter levado a banhada sobre outro autor comparado a Gillian Flynn, foi com algum cepticismo que peguei nesta autora. A minha espera interminável por mais um livro da Gillian faz-me deambular por autores classificados como parecidos. De facto, Mary Kubica é a primeira que encontro exactamente com o mesmo género de escrita, a mesma busca por demonstrar o pior que pode haver no ser humano.
Nada é o que é, as personagens escondem segredos mais profundos do que aqueles que possamos imaginar e pegar neste livro a pensar que é uma mera história banal de um casamento com amantes é enganar-nos a nós mesmos.
A Outra Mulher aparece-nos narrado essencialmente por Sadie (uma médica brilhante, céptica, com as ideias no lugar) e por mais duas personagens, Camille e Ratinha (uma pequena criança que se recusa a dizer o nome). Elas ajudam a montar o puzzle, no entanto elas também escondem peças fundamentais.
Já no final conhecemos Will, marido de Sadie. O típico Stay at home dad. Sempre descrito por ela como a sua âncora, o poço de estabilidade, mas que até chegar ao final nunca fala na primeira pessoa. Fazendo com que esta seja apenas uma história de mulheres, os homens aqui são secundários.
Naturalmente, quando começamos a ler vamos imediatamente à procura da outra mulher. Mas podem ser tantas… Uma vez que o casal se muda para casa da falecida irmã de Will, para recuperar de uma traição e tomar conta da sobrinha. Uma adolescente problemática que é um foco de tensão entre todos.
A narrativa tem um bom ritmo e mesmo nos momentos mais ‘mortos’, são deixadas pistas preciosas que ajudam ao desenlace da história. Por isso olhos bem abertos nesta aventura!
Um livro que classiquei com cinco estrelas no goodreads e que tenho a certeza que vai ser uma óptima companhia para este novo confinamento.