Fantasia não é , de todo , o meu estilo literário preferido. Aliás não lia fantasia desde que saiu o quarto livro do Harry Potter e isso foi para aí no ano 2000.
Altura em que a morte de um personagem me fez chatear com a autora e nunca mais ler nenhum livro da série. Nem de fantasia no geral. Por isso Caraval foi mesmo um regresso.
E como vim parar então ao Caraval tendo em conta que não gosto, de todo de fantasia? É quase como aquela vez em que comprei um sofá vermelho, quando odeio essa cor, ou comprar umas calças com padrão, quando tenho imensa dificuldade em combinar isso com outras peças. Na realidade, sempre que tenho uma forte opinião contra sobre algo, a minha excepção é enorme. Foi o que – mais uma vez – aconteceu aqui, eu encontrei uma página de Instagram que fazia umas caixas lindas com temáticas de livro. A única questão é que a Once Upon a Fandom só faz caixas com temáticas de livros fantasia, mas eu queria uma caixa daquelas.
Um pouco infantil, eu sei, mas queria mesmo, por isso encomendei a caixa do Caraval com o livro. Claro que a seguir pensei, ora aí está um livro que não vou ler e vou aturar Ele Mesmo sobre a lotação esgotada das prateleiras cá de casa, mas não quero saber. As peças que vieram eram lindas, incluindo o bilhete personalizado de entrada no Caraval, apaixonei-me.
O livro, esse ficou ali, até que – parecendo ouvir os meus pensamentos – a menina das caixinhas resolve lançar o desafio a todas nós para lermos em conjunto! Remédio Santo, tinha ali a motivação para voltar ao gênero literario com quem estava chateada há tantos anos.
Ler por metas ajuda a motivar e a termos auto controle. Foi o primeiro livro que cumpri todas as regras do clube de leitura, mesmo quando o capítulo me deixava ansiosa.
O Caraval é um jogo cheio de magia organizado pelo Master Legend no qual as irmãs Donatella e Scarlett sempre sonharam em participar. No entanto, o Pai, o Governador Dragna, não a deixa sair de Trisda, a sua terra natal. Desde que a mãe partiu que o pai se tranformou num tirano sem coração, tratando as duas irmãs muito mal.
As irmãs conseguem finalmente fugir e ir para o Caraval, mas chegadas lá Tella é raptada e Scar tudo terá que fazer para encontrar a irmã.
A escrita de Stephanie é bastante fluida e o cuidado que tem nas descrições ajuda a que qualquer um de nós se sinta no recinto de Caraval. Nesta leitura poucos são os momentos mortos, não sentimos em nenhum momento que está a “empatar” o decorrer da história. Confesso que de início não me foi fácil criar empatia com algumas personagens, sobretudo com Scar. Ela pensa demais, eu sei que o livro é sobre ela e enfrentar os medos, mas às vezes é tão irritante que apetece ir lá e gritar com ela.
Mas lê-se muito bem, a história tem interesse, as datas é que me baralham profundamente. Isso e o facto do jogo ser à noite e dormirem de dia.
No final o balanço foi tão positivo que combinamos todas ler em conjunto o segundo livro, que como não foi traduzido em português tivemos que passar à língua original. Bem, eu como descobri que o Kobo tem a versão em português do Brasil, estou a ler essa. Mas já sei que para o terceiro vou ter que ir para o inglês!